Objetivo é treinar profissionais de instituições de ensino para otimizar produção de objetos anatômicos morfofuncionais e potencializar o aprendizado sobre saúde

A Disciplina de Telemedicina da FMUSP planeja oferecer, no primeiro semestre de 2015, um curso para produção de materiais destinados ao ensino da anatomia humana, usando impressoras 3D. No último ano, profissionais da disciplina adquiriram experiência em todos os processos que levam à criação de objetos anatômicos morfofuncionais, em resina ou filamentos de plástico, impressos a partir de arquivos digitais de computação gráfica 3D.

Provenientes do Projeto Homem Virtual, cujas imagens dinâmicas tridimensionais são usadas, há mais de uma década, para a visualização da anatomia, fisiopatologia e procedimentos no corpo humano, os arquivos digitais citados reproduzem importantes estruturas, de células a órgãos completos. Graças à aquisição de duas impressoras 3D, com recursos dos Projetos Pró-Inovalab e Renovalab (ambos da Pró-Reitoria de Graduação da USP), as imagens do Homem Virtual agora podem transformadas em objetos manipuláveis, inclusive com peças que se encaixam uma na outra, proporcionando um aprendizado vivencial.

Com essa solução, o conhecimento em saúde fica ao alcance da população em geral e também de quem está se especializando. “Com a tendência de popularização das impressoras 3D, que vêm sendo disponibilizadas a custos mais acessíveis, sua utilidade no ensino da saúde deve ser considerada, como forma de complementação do conteúdo teórico dado em sala de aula, desde o ensino fundamental até os cursos universitários de medicina e outras ciências relacionadas”, afirma o professor Chao Lung Wen, chefe da Disciplina de Telemedicina da FMUSP, idealizador do Projeto Homem Virtual e responsável pelo curso, que está em desenvolvimento.

O objetivo do curso é orientar professores e técnicos das instituições de ensino que adquirirem suas próprias impressoras 3D, para que aprendam os processos de impressão, que variam de acordo com o material utilizado e o modelo do equipamento. Serão detalhadas soluções para otimização das impressões, considerando as dificuldades e problemas encontrados durante a realização de provas de conceito pela equipe do Projeto Homem Virtual. Também será abordada a pós-produção, que é o momento de dar o acabamento na estrutura impressa.

Todo o curso baseia-se na proposta de que escolas e universidades que desejarem podem solicitar o envio de arquivos digitais do Projeto Homem Virtual, já adequados para impressão. Com estes arquivos, quem participar do curso terá autonomia para fazer suas próprias impressões em 3D, de acordo com a quantidade e tamanho necessários para os diferentes fins educacionais. Cada instituição que firmar esta parceria fará parte de uma Rede Nacional de Inovação em Aprendizagem.
O curso será misto: a maior parte será a distância, com aulas e demonstrações em vídeo, e espaço para exposição de dúvidas, que serão respondidas pelos profissionais da Telemedicina. Os aprovados nessa fase passarão por uma semana presencial de estágio prático. Interessados devem cadastrar sua instituição na Rede Inovalab, por meio do site avancasaudebrasil.org.br.