Participantes aprendem a integrar o conteúdo dos livros didáticos ao Projeto Homem Virtual e às estruturas do corpo humano impressas em 3D
A Faculdade de Medicina da USP oferece, por meio da Disciplina de Telemedicina do Departamento de Patologia, o curso de extensão Como criar Espaços Culturais em Saúde e a aprendizagem ativa dos estudantes. Destinado a professores da educação básica, diretores de escolas e museus, coordenadores de telecentros e demais interessados em propagar a educação em saúde para a sociedade, o curso teve sua primeira edição em janeiro, durante o 9° Encontro USP Escola, sendo um dos melhores avaliados do evento.
Com atividades presenciais e a distância, os participantes do curso aprendem como integrar diferentes mídias ao ensino tradicional (livros didáticos), estimulando a curiosidade e permitindo uma vivência dos alunos em relação aos temas de saúde abordados. Assim, ao invés de apenas ler e ver figuras impressas em papel, os estudantes têm a oportunidade de assistir a vídeos que mostram o corpo humano em três dimensões (Projeto Homem Virtual) e de manipular estruturas físicas (representação de ossos, órgãos, músculos etc.) impressas em 3D.
A principal novidade é a conexão entre o Homem Virtual e o emprego das impressoras 3D, que, nos últimos anos, têm se tornado cada vez mais acessíveis para o uso doméstico, de startups e outras pequenas empresas e – por que não? – de escolas. Tais impressoras imprimem objetos em diferentes materiais, como resina fotossensível e filamentos plásticos. Para serem impressos, esses objetos são concebidos digitalmente. No caso, a Disciplina de Telemedicina da FMUSP usou a sua expertise no desenvolvimento do Homem Virtual para fornecer arquivos digitais com modelos tridimensionais de anatomia humana significativa, que podem ser usados para impressão em equipamentos adquiridos pelas escolas.
Os arquivos do Homem Virtual também podem ser disponibilizados aos Fab Labs – laboratórios de fabricação digital compostos por máquinas, ferramentas eletrônicas e softwares, com o objetivo de estimular a criatividade e o conhecimento. Os próprios telecentros do país podem se tornar Fab Labs, permitindo que seus frequentadores tenham acesso à impressoras 3D e imprimam as estruturas realísticas do corpo humano baseadas no Homem Virtual. É uma parceria que leva saúde para as comunidades, proporcionando aos educação para prevenção e redução de agravos à saúde (e-Care: cuidados em saúde por meio de tecnologias educacionais interativas).
“Com todos esses estímulos educacionais planejados de maneira adequada, os alunos da educação básica passam de agentes passivos a personagens ativos na construção de seu próprio conhecimento, relacionando o que aprenderam com o dia a dia de sua família e grupos sociais, e entendendo que saúde também é uma forma de cultura”, afirma o professor Chao Lung Wen, chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina (FM) da USP e idealizador do curso.
A dinâmica do curso inclui aulas expositivas e uma oficina de impressão 3D, na qual os participantes conhecem vários modelos de impressoras, inclusive de baixo custo. As atividades a distância acontecem por meio de um Ambiente Digital Interativo na Internet, onde podem ser vistos vídeos do Projeto Homem Virtual e postadas as dúvidas a respeito de cada tema, que são respondidas durante as atividades presenciais. O ambiente educacional também disponibiliza vídeos com especialistas sobre temas importantes para os professores ensinarem e lidarem com seus alunos, como autismo, dengue, saúde mental e tabagismo.
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